Gestão de Dados é um tema em ascensão no Brasil. Usar corretamente informações (quase sempre sigilosas) de milhares de pessoas implica em saber transformar dados em conhecimento e tomada de decisões. As possibilidades advindas do processamento e interpretação desses dados são quase infinitas. O que tem sido bastante discutido também é o aspecto ético dessas ferramentas. Ao ser sancionada, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais representou um marco para a privacidade virtual no Brasil. De acordo com a norma, a partir de 2020 os cidadãos poderão saber como empresas públicas e privadas tratam os dados pessoais: como e por que coletam, como armazenam, por quanto tempo guardam e com quem compartilham. Mais do que nunca, será preciso saber lidar com tanta informação sem infringir nenhuma lei. Redes sociais, celulares, softwares e sensores: a cada segundo é produzida uma quantidade infinita de dados que estão aí, à nossa disposição, e poderiam ser utilizados para o próprio benefício do usuário. E como já sabemos, informação é poder! Qualquer empresa que quiser se destacar em seu mercado precisa compreender melhor o que o seu público deseja, como antecipar e atender às suas necessidades e detectar oportunidades rapidamente. Neste cenário, a democratização do uso de tecnologias aliada a serviços cognitivos, machine learning, monitoramento de informação em tempo real e data science dissemina uma cultura de melhoria contínua em processos de negócios, transformando mercados. O conceito de disrupção é um diferencial competitivo, pois faz um tratamento das informações que as empresas conseguem extrair não apenas dos dados armazenados internamente, mas também dos dados disponíveis na internet e em outros repositórios públicos. Não basta mais processar os próprios dados. É preciso utilizar também outras fontes para que se possa ter, de fato, uma informação cruzada, conectada e diferenciada. Quando uniformizados e consolidados, eles podem produzir insights personalizados, proporcionando experiências customizadas. Aliados à inteligência, esses dados podem gerar vantagens competitivas, como aumento de ganho, eficiência e até redução de custos. Por isso, o aumento no uso das tecnologias digitais precisa ser acompanhado pelo uso correto de dados. Em qualquer segmento, todos os agentes do ecossistema são beneficiados com informações valiosas, atribuindo mais expertise aos negócios e contribuindo para o aumento das operações. Por isso, a responsabilidade do uso correto das informações não é mais exclusiva das áreas de Tecnologia da Informação. Agora essa gestão é compartilhada entre TI e demais áreas de negócios nas empresas. Com informações ricas é possível criar estratégias de marketing e relacionamento mais alinhadas com a realidade do negócio, uma vez que os dados passam a ser baseados em conhecimento real e não em experiências superficiais. Dessa forma, desenvolver o consumo entre os públicos de interesse passa a ser algo quase natural.
Inteligência de dados transforma tomada de decisões no setor educacional
Na educação não é diferente. Iniciativas recentes buscam uma disrupção na abordagem de dados de todos os envolvidos e os transformam em inteligência. Já é possível harmonizar informações de alunos, pais e escolas e assim personalizar suas relações, agregar valor e antecipar comportamentos de aprendizado e consumo, tudo respeitando a nova lei de proteção de dados. Neste caso, as informações podem inclusive ajudar a elaborar uma trilha de conhecimento própria de cada aluno, ou seja, começar a entender seus aprendizados de acordo com as experiências de consumo online de materiais escolares, livros e cursos extracurriculares. Os dados fornecidos também podem ajudar a agilizar os processos administrativos. Tudo é otimizado. O tempo que era gasto com a elaboração de relatórios passa a ser utilizado para traçar planos para a evolução dos alunos, das turmas, das escolas e propor metas mais adequadas, por exemplo. Ao explorar os dados de forma assertiva, é possível personalizar experiências e customizar o processo de ensino-aprendizagem sem tirar o foco do aluno. As instituições de ensino precisam de informações. Cruzando as informações das escolas e consolidando-as com outros dados públicos, é possível gerar intenções para gestão escolar sobre o comportamento do estudante – seu desempenho acadêmico, seus interesses presentes e futuros. O resultado são melhores soluções, valor agregado às famílias, experiências customizadas e a transformação da sala da aula. E o mais importante: é abraçando essas singularidades que podemos alcançar aprendizados significativos e contribuir para a formação de um jovem preparado para os desafios da vida.