Na VTEX, acreditamos que somos invencíveis juntos, combinando nossas diversas formações, experiências e habilidades para transformar o mundo do comércio – tudo sob a melhor orientação possível. As poderosas jornadas dos nossos líderes se resumem a cada um dos VTEXer, inspirando-nos a construir uma carreira preparada para o futuro. Isto é ainda mais verdadeiro no caso das nossas líderes mulheres, que também tiveram que lidar com a desigualdade de gênero ao longo de suas vidas para alcançar posições de liderança.
Para celebrar a fantástica liderança feminina que faz o rebel pink da VTEX brilhar ainda mais, temos o enorme prazer de contar as histórias dessas mulheres na série Women in Leadership. Neste artigo e nos próximos, você vai descobrir, diretamente delas, sobre suas carreiras, aprendizados, ganhos e perdas, tudo isso enquanto recebe conselhos valiosos.
A primeira? Fernanda Weiden, nossa mais nova Chief Technology Officer.
Sobre a Fernanda
Fernanda Weiden foi criada em Porto Alegre, no Brasil. Autoproclamada solucionadora de problemas, ela tem mais de 20 anos de experiência e se especializou no desenvolvimento de soluções globais escaláveis com foco na Engenharia de confiabilidade de sites (SRE). Antes de ingressar na VTEX, ela trabalhou no Facebook, Google e IBM.
Sabemos que você teve uma carreira de montanha-russa, então quais os principais marcos que você pode compartilhar conosco?
Fernanda: No início da minha carreira, eu estava testando sistemas e Linux em casa, mas não estava trabalhando com eles. Depois consegui um emprego ligado ao suporte de TI. O gerente da equipe de desenvolvimento de software daquela empresa precisava de alguém que entendesse de Linux, então ele me deu uma oportunidade de me juntar a ele. Essa foi uma grande mudança, porque mudei do suporte de TI para o ambiente de desenvolvimento de software.
O segundo foi quando eu me envolvi com a comunidade de software gratuito no Brasil, fazendo um monte de coisas relacionadas a isso. Depois, conheci uma gerente da IBM que estava liderando um laboratório de desenvolvimento de software no Brasil chamado Linux Technology Center, e ela me convidou para ir trabalhar lá. Acho que esse foi um segundo grande marco, porque foi quando senti a necessidade de aprender inglês e me abrir para ambientes internacionais e grandes empresas.
Outro foi quando me mudei para fora do Brasil para trabalhar na Google. Eu tinha um pouco de síndrome do impostor e nunca imaginei que a Google me ofereceria um emprego, então ficava me perguntando: por que eles querem algo comigo?
Entrar para a Google, é claro, era o que estava acontecendo no lado da carreira, mas no lado pessoal, passar a viver no exterior foi uma das experiências mais transformadoras que eu tive, porque mudou minha perspectiva sobre o mundo, diferentes culturas e diferentes maneiras de encarar a vida.
Alguns anos depois, me arrisquei indo para o Facebook, tive até uma enorme redução de salário e minha mãe disse que eu estava arruinando minha carreira, porque ninguém tinha ouvido falar dessa empresa em 2012.
E digo que depois do Facebook, agora existe a VTEX. Cada um desses marcos foi uma grande transformação e aprendi muito sobre gestão e tecnologia. Foi uma jornada incrível e agora tenho quase certeza de que estou embarcando em outra que será um grande passo para o meu crescimento pessoal.
Você pode nos falar de uma situação em que você teve que encarar o desconhecido e ficou positivamente surpresa?
Fernanda: Quando me mudei para a Suíça, em 2006, para me juntar à Google. Eu tinha 23 anos, era minha primeira vez no país, tinha apenas 80 euros na carteira; a Lufthansa tinha acabado de perder minha bagagem, eu não conhecia ninguém e meu inglês não era tão bom assim – e não havia smartphones.
Lembro-me de ir ao apartamento da empresa em Zurique, onde a Google me tinha instalado, e quando chegou a hora de ir trabalhar na segunda-feira de manhã, saí do apartamento para, rapidamente, me dar conta de que eu nem sabia se tinha que virar à direita ou à esquerda e não tinha ideia de onde estava, o mapa estava confuso e passei por um momento de completo terror. As pessoas romantizam a vida no exterior, mas pode ser muito difícil. Eu realmente me atirei no desconhecido na época e foi uma viagem louca, pela qual sou grata.
Essa é realmente uma jornada muito poderosa! E agora que você se juntou à VTEX, você pode explicar mais sobre a área que você está liderando e quais são suas responsabilidades?
Fernanda: Sou responsável pela tecnologia na VTEX e há três grandes disciplinas internas: engenharia, produto e design. Engenharia é minha zona de conforto, foi o que fiz durante 20 anos de minha vida. Porém, produto e design são um mundo novo, além de aprender sobre ecommerce, o que não é algo que eu saiba muito. Mas o processo de aprendizagem é parte da proposta de valor para mim.
No geral, meu papel engloba tudo, desde a identificação de novas oportunidades para concretizar nossa visão de futuro até disponibilizar essas soluções para nossos clientes de uma maneira que seja sustentável a longo prazo para nós também, como empresa. Envolve também o desenvolvimento de talentos que já fazem parte da equipe e atrair novos talentos para construir um futuro extraordinário para o ecossistema do comércio digital.
Sobre liderança
Quais são os maiores aprendizados que você adquiriu em seus cargos de liderança?
Fernanda: Um aprendizado é que a diferença entre ser um excelente profissional e ser mediano não é a habilidade técnica. Você pode ter pessoas excelentes tecnicamente, que não são boas em seu trabalho, pois não possuem as aptidões básicas. Portanto, as competências básicas e os aspectos humanos do trabalho são extremamente importantes, além de poder, realmente, enxergar as pessoas e identificar onde estão e equilibrar os interesses da empresa com os interesses pessoais delas.
Em segundo lugar, quando você é um líder de tecnologia prestes a se tornar um gerente, você tem a sensação de que não faz mais nada, porque você tem que fazer tudo através dos outros. E então você diz a si mesmo “ok, eu consigo”, mas você realmente não consegue, então você vai e aprende. Depois de um tempo, você se torna gerente de gerentes e volta à estaca zero. Resumindo, você precisa aprender a influenciar as pessoas que podem influenciar outras para que o trabalho seja feito.
A terceira percepção é que eu só seria uma líder melhor quando deixasse meu apego ao trabalho para os colaboradores individuais. Tentar fazer com que as pessoas pensem de forma diferente sobre como fazem seu trabalho, desafiando-as e não fazendo o trabalho por elas. É por isso que acredito que a gestão, no início, é mais uma ciência e, à medida que se sobe no nível de hierarquia, ela se torna mais uma arte.
E que artista você é! Por falar nisso, quais são os pontos altos de estar em uma posição de liderança na VTEX?
Fernanda: Algo que eu acho muito especial na VTEX é que é uma empresa de tecnologia brasileira que está construindo um produto global de comércio digital, e não uma versão brasileira de um produto que surgiu na Europa ou em outro lugar. Isto é inspirador e desafiador.
Outro destaque são as pessoas. Você pode estar descascando cinco quilos de batatas, o que não é algo que as pessoas consideram glamouroso, mas se você está entre pessoas com quem gosta de passar tempo e tem boas conversas, estão até mesmo se desafiando, descascar cinco quilos de batatas se torna divertido, não é mesmo?
Para mim, as pessoas que me rodeiam são extremamente importantes e as pessoas que conheci na VTEX têm sido extraordinárias. Gosto muito das conversas, do nível de inteligência emocional, da visão ousada e dos desafios que elas me apresentam.
O que estamos fazendo na VTEX é muito diferente de descascar cinco quilos de batatas. Acho que é muito mais divertido do que isso, mas é uma boa maneira de ilustrar que não estamos trabalhando apenas em um grande projeto, mas também com grandes pessoas ao nosso lado, o que é incrível.
E como você diria que as mulheres em cargos de liderança devem conciliar trabalho e vida pessoal? Sabemos que você está esperando um segundo bebê (parabéns!), por isso as coisas devem estar conturbadas.
Fernanda: Eu não acho que esta harmonia entre a vida profissional e pessoal seja necessariamente sobre quanto tempo você passa trabalhando; você pode trabalhar muitas horas e não ser uma pessoa super estressada ou trabalhar poucas horas e ser a pessoa mais estressada do mundo. Portanto, trata-se realmente de como você equilibra tudo o que é importante para você.
Você precisa saber o que é importante para você e o que recarrega suas energias. Para mim, o autocuidado é importante, eu preciso fazer meus exercícios, também gosto de cozinhar e passar tempo ao ar livre. Por isso, eu me preocupo em reservar tempo para estas atividades, pois preciso colocar a máscara de oxigênio em mim primeiro para depois colocá-la nos outros. Mas não há uma solução perfeita.
Você poderia compartilhar alguns conselhos sobre liderança para mulheres que decidem iniciar uma carreira de gestão?
Fernanda: A primeira coisa que eu digo às pessoas é que, se elas estão procurando assumir a gerência, mas gostam do trabalho que fazem como colaborador individual, elas não devem ser gerentes, porque quanto mais você ocupar cargos de liderança, menos você vai executar o trabalho que você ama. Portanto, a menos que você se sinta muito à vontade em abrir mão disso, não mude.
E a outra coisa é pedir o que você quer, relacionado à carreira ou não. Acho que as mulheres e meninas tendem a acreditar que se fizerem tudo certo, as coisas certas acontecerão com elas. E não é bem assim que este jogo funciona. É preciso esclarecer o que se quer, o que se espera, não levar o feedback para o lado pessoal e então as coisas vão começar a acontecer e a lacuna de liderança será superada.
Esse é um ótimo conselho, muito obrigado por compartilhar tudo isso conosco! Você é uma inspiração para muitas mulheres do setor de tecnologia, além de uma mãe muito corajosa. Boa sorte neste novo desafio, temos certeza de que você vai arrasar!
Fernanda: Obrigada!
Fique ligado para histórias ainda mais inspiradoras das nossas líderes mulheres.