Dando sequência à série “A Revolução dos sistemas de gestão imposta pela Omniera”, veremos como as impressoras 3D estão revolucionando a comercialização de itens personalizados e exclusivos, como abrem espaço para startups competirem com grandes indústrias consolidadas e como o advento desses equipamentos impacta a gestão e evolução dos negócios.
É possível acessar os artigos anteriores desta série nos seguintes links:
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Artigo 1 – A Revolução: https://goo.gl/rnCLNR
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Artigo 2 – Advento da economia Colaborativa: https://goo.gl/QeT4uJ
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Artigo 3 – A aplicabilidade do Big Data nos negócios: https://goo.gl/xW31ED
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Artigo 4 – O impacto da internet das coisas sobre a gestão de empresas: https://goo.gl/SoU8go
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Artigo 5 – Como a computação in-memory mudará o paradigma da obtenção de informações em tempo real:https://goo.gl/qZGB6q
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Artigo 6 – Wearables – a revolução silenciosa na forma de se vestir: https://goo.gl/EavJJ8
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Artigo 7 – Beacons: informações sobre produtos e consumidores nos PDVs: https://goo.gl/wwFZzf
Introdução
Impressoras 3D são equipamentos que prometem imprimir qualquer tipo de coisa. Essas impressoras fazem a leitura de um arquivo com formato para impressão em três dimensões e, com isso, permitem criar os mais diversos tipos de objetos e coisas, como instrumentos musicais, próteses humanas, chocolates, brinquedos e até carros e casas.
Origem e história da impressão em 3 dimensões
A tecnologia não é recente, sendo que a primeira versão da impressora 3D foi construída em 1984. Seu inventor foi Chuck Hull, um norte-americano do estado da Califórnia, que utilizou a estereolitografia – tecnologia precursora da impressão 3D – para criar a primeira impressora do tipo. Chuck Hull havia desenvolvido a tecnologia do que viria a ser a impressora 3D em 1983, quando ela tinha duas funções principais:
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A criação de lâmpadas para solidificação de resinas, primeiro objeto criado pela impressora.
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A confecção de partes plásticas de forma rápida, já que o processo tradicional levava de seis a oito semanas devido ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de moldes e que ainda precisavam ser ajustados diversas vezes devido a problemas na manufatura.
Impressora 3D inventada por Chuck Hull em 1983/1984
Uma vez que a primeira impressora 3D conseguiu cumprir as duas tarefas citadas anteriormente, ficou evidente para Chuck Hull que a função de criar partes plásticas a partir de um desenho técnico em vez de investir tempo e dinheiro na criação de um molde que passaria por muitos ajustes seria um grande diferencial competitivo para a indústria e, então, ele focou sua invenção nessa solução.
O grande desafio à época era o custo de fabricação do equipamento. Na década de 1990, por exemplo, uma impressora 3D era vendida pela 3D Systems Corp., empresa criada por Chuck Hull, por cerca de um milhão de dólares. Vinte anos mais tarde, em 2010, com o avanço dos métodos de impressão e melhorias significativas nos custos de produção, as impressoras 3D começaram a ser viáveis para a grande maioria das empresas e, por volta de 2020, estará viável para consumidores finais utilizarem no dia a dia.
Aplicação de impressoras 3D nos negócios da omniera
Atualmente, as impressoras 3D já são comumente utilizadas para a produção industrial aeroespacial, automotiva, de tecnologia médica, bens de consumo e também para o desenvolvimento de projetos de pesquisa em universidades.
A impressora se tornou versátil e permite projetar peças grandes, médias e pequenas para empresas de automóveis por exemplo. De maneira simples, é possível fazer tudo com perfeição, pois o sistema dessas impressoras combina impressões tridimensionais em grande escala com uma grande paleta de materiais, velocidade de impressão acelerada, alta resolução e baixo custo por unidade produzida, atendendo uma grande variedade de aplicações distintas.
Já existem experiências onde uma impressora 3D foi utilizada na construção de um carro. A tecnologia de impressão 3D foi utilizada para a criação de todas as peças plásticas do exterior de um veículo, incluindo painéis frontais e traseiros, painéis das portas, sistemas de para-choques, saias laterais, pára-lamas, máscaras dos faróis e outros componentes internos, como dispositivo de retenção do painel de instrumentos, além de componentes menores. Foram utilizadas matérias-primas que permitissem construir um veículo que apresentasse o mesmo nível de desempenho em ambientes de teste comparado a um veículo fabricado de forma tradicional.
O veículo elétrico foi concluído com peso em torno de 450 kg, excluindo o peso das baterias, tendo autonomia mínima de 100 km e atingindo a velocidade máxima de 100 km/h. O veículo foi concluído em doze meses, contados desde a engenharia do projeto até o lançamento do produto final – tempo formidável, e que é inimaginável se fossem utilizados os métodos tradicionais de fabricação de automóveis.
A indústria automotiva já reconhece os benefícios da utilização das impressoras 3D, especialmente nos ambientes de criação de modelos de peças e acessórios. O dinamismo de uma impressora 3D reduz significativamente o tempo de criação de peças plásticas. Em alguns casos, peças, que demorariam semanas para serem feitas por meio de métodos tradicionais da indústria, são concluídas em questão de poucas horas.
A grande diferença é que a impressão tridimensional permite testar fisicamente um projeto ou desenho técnico que só existia no computador, dessa forma, tornando tangível rapidamente algo que estava no campo das ideias. Utilizando uma impressora 3D, fica mais fácil ver os resultados e propor ajustes que antes só seriam notados na produção.
A impressão 3D envolve o uso de um arquivo digital conhecido como modelo 3D, que é criado por meio de software de modelagem que pode pertencer a duas categorias principais:
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Destinados para fins profissionais, que são utilizados pelas áreas de engenharia e arquitetura; e
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Softwares, mais simples e fáceis de usar, que são destinados aos consumidores.
Também existem scanners 3D que já são comumente utilizados para a criação do modelo 3D. A maioria desses scanners são utilizados para fins profissionais, ajudando as empresas a agilizarem a criação do modelo 3D. Por fim, há softwares que permitem a criação do modelo 3D a partir de fotos que podem, inclusive, ser tiradas por um smartphone.
O objetivo da criação de um modelo usando um software ou um scanner é a criação de um arquivo 3D que contém informações relevantes sobre o objeto, como por exemplo, suas dimensões e tamanho.
O arquivo final é então lido pelo software que controla a impressora 3D e divide o modelo tridimensional minuciosamente em finas camadas e inicia a impressão, camada por camada, da base até o topo do objeto, produto final da impressão 3D.
O que podemos esperar?
As empresas que já foram impactadas pelas impressoras 3D, como as indústrias, por exemplo, utilizam tais impressoras, até o momento, apenas para a criação de modelos e não para a produção propriamente.
Em questão de alguns anos, essas indústrias terão condições de usar a impressão 3D para tocar a fábrica e, com isso, os sistemas ERP passarão a lidar mais de perto com essa tecnologia.
Vários tipos de companhias também estão surgindo com o advento dessa nova tecnologia e os sistemas ERP, em breve, deverão estar conectados às impressoras 3D para garantir que esses novos negócios sejam planejados e gerenciados de modo que a capacidade produtiva da impressora 3D, bem como a gestão dos insumos e matérias-primas necessários para que as impressoras façam as ordens de produção, sejam controlados diretamente pelos sistemas de gestão empresarial.