Há uma grande probabilidade de você estar lendo esse artigo pelo seu celular ou tablet! Atualmente, esses dispositivos possuem uma penetração na população brasileira maior que 90%, sendo que 47% desse universo acessa frequentemente a Internet utilizando esses dispositivos – daí a importância do m-commerce.
Além de muita informação, relacionamentos sociais e jogos, esses dispositivos já respondem por quase 20% da venda total do e-commerce brasileiro. É fato que, com a popularização dos smartphones aliada aos indicadores extremamente favoráveis em relação ao segmento, as empresas são forçadas a adaptar ou montar a sua operação m-commerce dedicada (M.), para oferecer uma experiência de compra cada vez melhor para esse cliente.
Quer saber por onde começar? Destacamos algumas dicas:
O que é um m-commerce
O mobile dedicado, ou m-commerce como é conhecido, NÃO pode ser uma versão desktop ajustada ao mobile. Esse tipo de estratégia mobile de versão ajustada é conhecida como responsivo. O ambiente mobile (M.) é acionado toda a vez que a plataforma identifica a dimensão do dispositivo com sua estrutura própria.
Assim, o cliente terá um ambiente totalmente desenhado para ser aplicado ao dispositivo que o acessa, e não um híbrido do desktop minificado. Essa estratégia garante uma usabilidade pensada exclusivamente para mobile, garantindo melhores conversões e métricas.
Atualmente m-commerce é extremamente importante para todas as lojas virtuais. Porém, você deve se atentar que para implementar essa estratégia, você precisará desenvolver uma nova loja, portanto seu custo será “duplicado”: desktop/mobile.
Portanto, antes de tomar a decisão de investir nesse canal, você deve analisar o retorno financeiro desse novo canal. Assim como você tomou a decisão para abrir a loja virtual, você também deve analisar com calma o m-commerce.
Primeiros passos para montar m-commerce
Por se tratar de um assunto atual, um projeto de m-commerce rotineiramente advém do projeto desktop, e para balizar um estudo de viabilidade, sugiro que utilize as informações gratuitas do próprio Google Analytics, coletadas até então para sua operação.
Utilize o Google Analytics e veja informações como visitas resultantes desses dispositivos, sua participação na visita total da loja, quais são esses dispositivos, suas marcas, tamanho de telas e principalmente as informações de conversão e receita que servirão futuramente (após o lançamento da loja m-commerce), como comparativo e balizador avaliativo do projeto.
Muitos gestores de e-commerce optam por não realizar nenhum investimento em m-commerce porque concluem que não há muitos pedidos de origem mobile. Mas quando analisamos o tráfego, vemos que há uma grande participação desses dispositivos. Portanto podemos concluir que se você tem tráfego acima de 30% ou 40% você deve optar por uma estratégia m-commerce.
Usabilidade e navegabilidade
Por ser uma versão totalmente exclusiva de seu site, busque sempre focar as funcionalidades e o processo de compra na facilidade e disponibilidade de itens que realmente sejam indispensáveis para venda de seus produtos.
Pense de forma mobile, pense que você terá um ou dois dedos para executar todos os processos até a conclusão de compra. Assim, muitas funcionalidades apresentadas no desktop frequentemente são dispensáveis no mobile. No entanto, devemos considerar peculiaridades de e-commerce para e-commerce.
Como ponto de partida, utilize o próprio Google Analytics para entender como é a navegação do cliente dos dispositivos móveis. Páginas de destino, páginas de saída, tempo de navegação, conversões e todas as demais informações desse canal serão importantes para definir usabilidade.
Utilize também a ferramenta que já estamos conversando que é o HotJar. Diferentemente do GA onde você consegue informações consolidadas de páginas, aqui podemos ver o que acontece dentro da página: quanto scroll o cliente da, onde ele clica, onde o mouse navega, etc.
Foco na velocidade
Pense mobile (mais uma vez)! pense que seu cliente pode estar acessando seu site por meio de uma conexão de dados de baixa velocidade. Portanto, seu projeto deverá considerar como alta prioridade o carregamento das páginas. O grande objetivo aqui é estar acessível, independentemente da tecnologia ou velocidade da conexão da banda do cliente. Faça testes com conexões de dados 3G e 4G.
Para analisar a sua velocidade, além do Google Analytics, utilize o Google Page Teste onde você poderá além de ver como está a usabilidade do seu m-commerce, você terá dicas para melhorar a velocidade.
Custos relacionados
Como já mencionado acima, seu e-commerce contará com duas “caras” ou seja, dois front-ends, um para a versão desktop e outro para a versão mobile. Esse fato exigirá uma maior atenção do time de operações, uma vez que sua empresa terá que cuidar de dois sites: desktop e mobile.
Isso significa trabalho dobrado:
-arquitetura de informação; -produção de conteúdo; -design de interface; –SEO. Novamente destacamos que é importante adotar a estratégia de m-commerce, mas é preciso ter em mente quais serão os custos iniciais e também de manutenção dessa estratégia.
Testes e mais testes
Projeto pronto… mas antes, vamos testar!
Com a infinidade de dispositivos que temos no mercado, a etapa de testes em um projeto de m-commerce acaba se tornando bem dolorosa, mas totalmente necessária.
Priorize seus testes a partir de dados coletados pelo Google Analytics, veja quais são as marcas dos dispositivos, as resoluções e principalmente os navegadores mais utilizados – esse é o caminho a trilhar para findar com excelência seu projeto.
Atualmente, há softwares no mercado que auxiliam esse trabalho. Eles emulam uma série de combinações de marcas, modelos, navegadores, versões de sistema dos dispositivos móveis, facilitando bastante o trabalho como BrowserStack.
Mesmo após seu projeto de m-commerce concluído, o seu trabalho de acompanhamento deve ser intenso, sempre pautado por buscas frequentes em usabilidade e performance a fim de aumentar a conversão da loja dentro desse segmento. Sugiro sempre as anotações no Google Analytics, para que no futuro você tenha a possibilidade de fazer um “antes” e “depois”, e principalmente avaliar o que deu certo ou o que precisa ser retirado do projeto.