Há um certo fascínio pelo futuro. A maioria das pessoas tende a viver suas vidas tentando prevê-lo ou mesmo controlar as formas como ele pode ser vivenciado. A verdade é que, após um ano de tantas incertezas, percebemos que não temos controle sobre nada além das nossas ações, da nossa integridade e do nosso comprometimento.
Aqui na VTEX, escolhemos olhar para o futuro de forma diferente. Ao compreender que não podemos prevê-lo, nos abrimos à possibilidade de criar algo além do imaginável. Um futuro que, apesar de incerto, pode ser extraordinário.
Esse novo olhar para o futuro tem sido parte da nossa cultura. Um dos VTEXers que estão olhando para o futuro como uma possibilidade de explorar novos caminhos é Bruno Dias, Software Engineering Manager do nosso time.
Bruno é engenheiro de software formado pela Universidade Federal da Paraíba. Suas experiências anteriores foram como professor assistente e líder de projetos de pesquisa em universidades, até se juntar à VTEX, em 2018. Aqui, já atuou em várias frentes nos times de Engenharia e Produto e hoje contribui para a escalabilidade global dos nossos times de Engenharia como Software Engineering Manager.
Recentemente conversamos com Bruno sobre sua carreira e as novas possibilidades para o seu futuro, em um bate-papo liderado por George Brindeiro, nosso Head de Education & Documentation.
Você pode ouvir mais sobre essa conversa incrível no primeiro episódio do nosso podcast Beyond Predictable, uma conversa sobre o futuro* aqui na VTEX.
*Podcast gravado em inglês.
Destacamos aqui os principais pontos desta conversa com Bruno:
- A construção de um novo time do zero requer autonomia e tomada de riscos. Os profissionais envolvidos nessa construção precisam sentir que estão construindo uma parte importante da organização, e isso só acontece quando você lhes dá poder sobre partes estratégicas do seu negócio;
- Ter uma mentalidade de zero apego à forma como as coisas foram construídas te permite encarar desafios com uma nova perspectiva, mostrando caminhos antes inimagináveis. Quando você se desapega, começa a olhar além do que é previsível;
- Não tenha medo de assumir diferentes desafios e testar outras possibilidades de carreira. Os conhecimentos e aprendizados que você pode obter ao seguir um caminho não linear podem torná-lo um profissional diferenciado;
- Foque a sua carreira não em alcançar uma determinada posição ou função, mas no que realmente te motiva a dar o seu melhor. Pergunte a si mesmo: o que é que eu quero construir? Que problemas me fazem querer levantar de manhã e resolvê-los? Quando você encontra essas respostas dentro de si, é transformador;
- Talentos de alto desempenho não estão apenas nas grandes metrópoles. Existem talentos qualificados em diversas outras regiões. Saber encontrar e aproveitar todo o potencial desses talentos pode aumentar a diversidade e a qualidade técnica dos seus times.
Se preferir, pode ler a transcrição completa desta conversa abaixo.
Quer saber mais sobre como os VTEXers estão construindo um futuro extraordinário? Fique de olho nos nossos próximos episódios!
[George Brindeiro] Bem-vindo, Bruno!
[Bruno Dias] Obrigado pelo convite, George! É uma honra poder ser o primeiro entrevistado de uma iniciativa tão fantástica!
[George Brindeiro] Bruno, quando você se juntou à VTEX e com quais times você já trabalhou aqui?
[Bruno Dias] Posso dizer que conheci a VTEX através de alguns dos meus alunos que trabalharam aqui antes de mim. Em 2017, em uma das minhas visitas ao Rio de Janeiro, fui apresentado ao nosso co-CEO Geraldo pelo Marcos Candeia, que trabalhava aqui como Engenheiro de Software e com quem eu já havia trabalhado antes de entrar na VTEX. Após uma conversa de 30 minutos, eu vi que o Geraldo era um cara brilhante e eu já sabia que queria construir algo junto com ele.
Nessa conversa, falamos muito sobre como o Nordeste estava criando profissionais muito talentosos e prontos para o setor tecnológico, e pouco tempo depois, o Geraldo entrou em contato comigo com um convite para construir um novo time, uma espécie de iniciativa para fortalecer nossas parcerias com universidades e atrair estudantes para um dos nossos produtos, o VTEX IO. Esse projeto acabou se tornando o que hoje é o Store Framework, nossa solução para criar lojas prontas para uso para nossos clientes.
E essa foi uma experiência muito engraçada. Eu já trabalhava com parcerias universitárias há mais de quatro anos, eu sabia que queria um desafio diferente naquele momento da minha carreira, algo que desenvolvesse minhas habilidades técnicas como engenheiro. Mas assim que o Geraldo me apresentou o desafio de alavancar o Nordeste no mercado de tecnologia, fiquei realmente impressionado, e foi assim que eu me juntei à VTEX no início de 2018.
No início, essa proposta era de um acordo de um ano. Eu seria responsável por estruturar essa parceria, construir nossas relações com as universidades através de projetos como o VTEX Lab, e depois seguir para algum outro desafio que fizesse mais sentido para mim. Iniciamos o projeto em abril daquele ano e ele foi lançado em outubro, e foi um grande sucesso!
Nós fechamos um contrato grande com o Grupo Boticário, e logo em seguida o Geraldo veio com uma outra ideia de criar um Hub de Engenharia e Produto no Nordeste. A ideia era que eu implementasse este Hub juntamente com o (Marcos) Candeia.
Esse foi um dos maiores desafios da minha carreira. Eu não sabia como montar um escritório, ninguém vai para a universidade aprender como montar equipes e estruturar um Hub do zero. Para isso, eu tive que me dedicar a estudar muito o mercado, entender como outras empresas de tecnologia estavam fazendo isso, e no final de 2018 nós apresentamos o plano de lançamento desse Hub para o Geraldo e o restante do time. Nós sugerimos que esse Hub fosse lançado em João Pessoa que, assim como Recife, estava se consolidando como um Hub de talentos de tecnologia.
Uma coisa que eu sempre admirei dentro da VTEX foi o nosso potencial para promover autonomia e empoderamento para nossas equipes. Eu disse ao Geraldo que este projeto só seria bem sucedido se nós tivéssemos uma parte importante da nossa estrutura tecnológica lá. Nós sugerimos a migração da área de Pagamentos para João Pessoa, que era um time do qual o Candeia já tinha um enorme conhecimento. O Geraldo e o time aprovaram nossa proposta e no início de 2019 nós começamos a executar a criação desse Hub.
Lá pela metade de 2019, eu tive um grande ponto de virada na minha carreira. Comecei a atuar dentro de um novo time, integrando a equipe de Pagamentos, e migrei a minha função de Software Engineer para Product Manager. Nessa época eu ainda era responsável por liderar o projeto de parcerias universitárias, até conseguir encontrar alguém para me substituir. Felizmente, a Ana Luiza aceitou o desafio de tocar esse projeto e fazê-lo continuar funcionando e crescendo. Eu fiz essa mudança de função porque senti que eu precisava explorar mais minhas perspectivas sobre nossos produtos, e na VTEX, esse era um papel que ainda estava em desenvolvimento, então a comunicação com os nossos times de engenharia ainda era um desafio.
Assim, eu passei a exercer essa nova função para criar uma ponte entre nossos times de Engenharia e Produto. Foi uma experiência muito gratificante para mim. Eu pude desenvolver uma melhor compreensão da importância de ouvir nossos clientes e ter uma perspectiva mais ampla do nosso negócio. Mas eu ainda sentia falta de olhar para a nossa arquitetura de serviços, desenvolver os nossos engenheiros, modelar e criar soluções, que eram basicamente responsabilidades de um Engineering Manager aqui na VTEX.
Por isso, eu decidi migrar para essa nova função. O meu desejo sempre foi escalar não só o nosso Hub de Engenharia em João Pessoa, mas o nosso time de Engenharia como um todo. Passei a me envolver com a melhoria dos nossos processos de contratação, a avaliação de candidatos, a redução dos nossos SLAs de contratação, olhar para esses desafios também foi algo que sempre me motivou.
Hoje, como Engineering Manager, tenho trabalhado para escalar a nossa engenharia em nível global, liderando algumas iniciativas para o mercado europeu, como o lançamento do nosso Hub em Lisboa, que deve acontecer muito em breve.
[George Brindeiro] Com todas essas experiências, você deve ter um bom contexto sobre a VTEX. Como você acha que a sua carreira evoluiu desde que você entrou aqui?
[Bruno Dias] Eu nunca me imaginei fazendo metade das coisas que já fiz na VTEX, ou tendo metade do impacto e das entregas que eu já consegui ter, e todas essas experiências me fizeram refletir sobre alguns aprendizados e evoluções que eu tive ao longo da minha carreira.
Ter a oportunidade de atuar com desafios organizacionais foi uma das maiores oportunidades que eu tive durante os últimos três anos, e quando eu falo isso quero dizer não só poder entender esses desafios, mas sentir que eu tive uma contribuição concreta para solucioná-los, olhando para como outras empresas estão lidando com essas questões e refletindo sobre o que funcionaria ou não dentro do nosso contexto.
Eu também acho que poder atuar como Product Manager me fez ter um olhar mais atento para nossos clientes, isso me ensinou a ser um engenheiro muito melhor. Hoje eu consigo desenvolver soluções de uma forma muito mais holística, colocando o nosso cliente em primeiro lugar.
Outro ponto importante foi poder prestar mais atenção aos nossos talentos e ajudá-los a crescer nas suas carreiras. Desde que entrei para o time de Pagamentos, pude orientar vários engenheiros, encorajá-los a serem protagonistas e encarar desafios ainda maiores. Eu acho que isso é algo de que eu sempre vou ter orgulho!
[George Brindeiro] E como você descreveria a evolução da VTEX ao longo desses três anos?
[Bruno Dias] A VTEX está sempre mudando, a evolução é um processo constante para nós. Eu acredito que todos os movimentos que fizemos até hoje sempre foram buscando melhorar e escalar nosso negócio, e eu acho que isso está relacionado com a forma como temos zero apego ao que já foi feito até aqui, eu acho que isso é uma grande parte da nossa cultura. Quando você tem essa mentalidade, você se permite testar novas hipóteses além do que é previsível. Mesmo depois de três anos, uma coisa que ainda me motiva na VTEX é esta abertura à mudança constante.
Uma das coisas que eu acredito que mais evoluíram desde que eu entrei aqui foi a velocidade com que amadurecemos. Por exemplo, há um ano e meio a área de Product Management sequer existia aqui, essa função ainda era muito incipiente. Hoje temos toda uma estrutura de PMs dedicada a uma estratégia de visão de futuro dos nossos produtos. Foi uma evolução muito radical. Se uma pessoa de um ano e meio atrás viajasse no tempo e visse a evolução que alcançamos hoje, iria se perguntar: “Como isso foi sequer possível?”. E eu acho que isso se deve muito a essa abertura a mudanças.
É meio clichê falar isso, mas nós estamos sempre buscando construir a melhor versão de nós mesmos. A VTEX está constantemente evoluindo e criando esse futuro que declaramos, o de ser uma referência para o comércio global.
[George Brindeiro] Bruno, e como você acha que a cultura da VTEX te possibilitou ter sucesso em todas essas experiências?
[Bruno Dias] Eu acho que esses dois pontos que eu mencionei, estar aberto a mudanças e promover a autonomia, são os dois aspectos que eu mais valorizo na nossa cultura. Nunca vou me esquecer do meu primeiro feedback. Nos meus primeiros dois ou três meses na VTEX, o Anderson [Moreira] e o Guilherme [Rodrigues] vieram falar comigo e me disseram: “Bruno, você precisa expressar mais suas opiniões, você concorda ou se convence muito facilmente, mas será que você está realmente convencido de que aquela é a melhor solução?”.
E isso foi algo que me impactou muito, porque eu realmente tendo a ser mais flexível quando não estou confiante, e é algo que eu venho desenvolvendo aqui dentro, tenho procurado me expor mais e me permitir errar, eu acho que você aprende muito mais rápido quando se expõe dessa forma.
[George Brindeiro] Qual conselho você daria para alguém que está buscando outras formas de redefinir sua vida neste momento?
[Bruno Dias] Eu acho que o maior conselho que eu daria é: se liberte dos conceitos que você tem sobre qual cargo ou função você pretende alcançar. Muitas pessoas prestam muita atenção a isso. No fim das contas, o que realmente importa é: o que te motiva? Que tipo de problema te faz levantar de manhã e querer resolvê-lo? É se desenvolver e ser um engenheiro brilhante na modelagem de problemas? Então, foque nisso.
Outra coisa é não olhar para a empresa procurando essas respostas. Você precisa olhar para si mesmo e definir onde você quer chegar e quais coisas você quer construir, e depois alinhar essas coisas com a sua liderança, verbalizar o futuro que você quer construir. Assim, as pessoas que te apoiam vão poder te dar desafios mais direcionados a esse futuro.
[George Brindeiro] Aqui na VTEX, escolhemos olhar para o futuro não seguindo só o que é esperado, mas criando o futuro que queremos viver. Como você tem olhado para o seu futuro e para os próximos passos da sua carreira?
[Bruno Dias] Eu acho que tudo o que eu fiz na VTEX até o momento me abriu caminhos para encarar o desafio de estruturar nossas equipes de Produto e Engenharia em Lisboa, abraçar o desafio de escalar um time de mais de 300 pessoas, como o Anderson sempre disse que precisaríamos. Eu acredito que hoje só o nosso escritório do Rio de Janeiro tem esse volume de talentos.
Olhando para o meu futuro, adoro a possibilidade de poder gerar um impacto ainda maior na nossa estrutura organizacional, de continuar a olhar para a forma como escalamos toda a nossa organização, contribuindo para evoluir o método como estruturamos, executamos e desenvolvemos os nossos times de Engenharia e de Produto.
Eu acredito que estruturar o time de Lisboa, com a dimensão e proporção que a VTEX precisa, me coloca inevitavelmente nesse caminho, o de criar uma parte muito estratégica da nossa infraestrutura. É para isso que eu tenho olhado quando penso no meu futuro aqui, em como contribuir para que os times de Engenharia e Produto possam alcançar o futuro que declaramos para 2024.
[George Brindeiro] E qual é o futuro que você quer construir, Bruno?
[Bruno Dias] Diretamente, o futuro que eu quero construir é um no qual eu olhe para a nossa estrutura de Engenharia e Produtos e veja que eu tive um grande impacto nisso, que eu contribuí para simplificar o trabalho dos nossos Engenheiros, Designers e Product Managers, que eu tive grandes contribuições para que esse futuro existisse. Eu quero continuar a ajudar a VTEX a aumentar nossa equipe de engenharia para que ela seja uma referência global de talentos.
Indiretamente, eu quero continuar alavancando o Nordeste como uma referência no setor de Tecnologia. Isso é algo que a Ana Luiza vai liderar agora, mas quero continuar dando apoio no que eu puder. No futuro, eu quero que outras empresas de tecnologia olhem para a VTEX e se perguntem: “O que aconteceu aqui? O que é que a VTEX fez que ninguém fez antes?”.
Eu quero olhar para as nossas iniciativas no Nordeste e ver 200, 300 pessoas construindo uma parte grande e estratégica das nossas soluções. E essas mesmas empresas de tecnologia vão se perguntar: “Por que é que eu fui primeiro para o México e não para o Nordeste? Por que eu abri um escritório na Europa, mas não olhei para esse pool de talentos aqui? Que oportunidade foi essa que eu deixei passar?”.
[George Brindeiro] Maravilha! Muito obrigado por esse papo, Bruno! Foi um prazer poder conhecer mais sobre essa história incrível que você vem construindo com a VTEX. Tenho certeza de que seu futuro com a gente continuará sendo extraordinário!
[Bruno Dias] Obrigado novamente pelo convite, George!