Tomar decisões sobre assuntos não triviais pode ser um exercício assustador, mas definitivamente não precisa ser um exercício paralisante. O sinal de uma pessoa de negócios dinâmica é o senso de discrição para dizer quando e como arriscar e assumir riscos para crescer. Felizmente, esse senso é algo que pode ser aperfeiçoado com prática e persistência e, aqui na VTEX, essas experiências são diariamente encorajadas.
Formar parcerias, explorar novos mercados, aceitar algumas ofertas de trabalho e recusar outras – todas essas são decisões que exigem uma visão clara do que o futuro deve ser e o que pode ser feito para chegar lá. Na VTEX, cada acordo que firmamos é um compromisso para moldar nossas escolhas atuais em passos para um objetivo comum que transforma as coisas para melhor.
O terceiro episódio de Beyond Predictable traz Daniela Jurado Jabba e Juliana Meyer para falar sobre tomar decisões ousadas com confiança, superar desafios de carreira com integridade pessoal e trazer líderes femininas para o centro da indústria tecnológica.
Juliana Meyer é atualmente escritora técnica da VTEX. Ela é formada em Administração de Empresas pela Universidade de Brasília e já trabalhou anteriormente com organizações de impacto social no México e Panamá e em um estúdio de animação digital em Londres. Atualmente mergulhando no universo do comércio eletrônico como Technical Writer na VTEX, ela também foi um dos membros fundadores da comunidade de redação técnica no Brasil. Ela co-apresenta um podcast chamado The Manuscript que explora a interseção entre a escrita e a tecnologia.
Daniela Jurado é Western Europe General Manager da VTEX. Desde que se juntou a nós em 2015, ela tem experiência em gerenciamento de programas de parceria, incluindo a criação do programa de parceria para a América Latina e, em seguida, liderando o programa globalmente. Além disso, trabalhou como Diretora de Vendas no Brasil e General Manager na Itália antes de liderar todas as nossas operações na Europa Ocidental. Antes da VTEX, ela foi analista comercial da Paragon Decision Science. Daniela é formada em Relações Internacionais pela Universidad Externado da Colômbia e tem um MBA pela FIA Business School em São Paulo.
Você pode ouvir essa conversa abaixo:
Estas são as principais conclusões de nossa conversa:
- Um futuro imprevisível começa com um movimento ousado. Sempre fazer apostas seguras quando uma grande decisão deve ser tomada parece confortável, mas não deixa espaço para resultados diferentes para sua vida. Somente assumindo riscos – calculados, mas não obstante, riscos – que alcançar novas distâncias se torna viável.
- A rede de relacionamentos que suporta seu progresso também depende de seu desempenho para se manter forte. É muito mais fácil tomar medidas ousadas quando há alguém que o protege – sua família, seus pares, sua empresa. Mas nunca se esqueça que essa é uma via de mão dupla, já que sua confiabilidade e dedicação aos objetivos comuns são o que impulsionará as pessoas a te auxiliarem quando você precisar.
- Tome as rédeas da narrativa ao seu redor e construa sua visão para o futuro. Mesmo os eventos mais inesperados podem servir como oportunidades para inserir sua maneira de fazer as coisas em um quadro mais amplo, desde que haja compromisso tanto com a integridade pessoal quanto com a autenticidade em relação a todos os parceiros.
- Remover rastros de visões de mundo ultrapassadas requer foco e um reforço constante. Alguns obstáculos que impedem um futuro mais desejável são coisas que pertencem estritamente ao passado, incluindo comportamentos intolerantes e de exclusão que as pessoas normalizaram mais cedo em suas vidas. No entanto, a melhor maneira de se livrar deste tipo de bloqueio é iluminar como tal ignorância parece deslocada e inútil quando colocada lado a lado com a integridade ativa e a competência das pessoas que ela marginalizaria.
- O auto-aperfeiçoamento vai muito além da educação. Habilidades são valiosas e nunca devem ser negligenciadas, mas os processos decisórios mais importantes dependem muito mais de uma mentalidade honesta e resiliente do que de inteligência no livro.
O Beyond Predictable agora é um podcast quinzenal, nos acompanhe na sua plataforma de podcasts preferida para ouvir conversas ainda mais instigantes sobre o modo VTEX de construir um futuro imprevisível!
Você pode ler a transcrição completa dessa conversa abaixo
(Juliana Meyer) Olá, sejam bem-vindos ao terceiro episódio de Beyond Predictable, o podcast no qual discutimos o futuro e como o construímos aqui na VTEX.
Todos os nossos episódios estão disponíveis no serviço de streaming da sua preferência. Você receberá uma notificação com as nossas novidades a cada duas semanas – se você se inscrever, é claro! Se eu fosse você, não ficaria de fora das nossas próximas conversas!
Meu nome é Juliana Meyer e faço parte da equipe de Tech Writing da VTEX, mas hoje serei sua anfitriã nessa conversa sobre dar saltos de fé, sobre superar desafios profissionais, e sobre a importância das narrativas femininas e sua representação no mercado.
Para nossa conversa de hoje, não poderíamos ter escolhido uma convidada melhor. É com enorme prazer que recebo Daniela Jurado Jabba, nossa Western Europe General Manager. Além dos seus diplomas com honras em Relações Internacionais e Gestão de Negócios, a carreira de Dani se estendeu pela América Latina e incluiu prospecção de clientes, programas de parceria, gestão de vendas… e, depois disso, ela decidiu começar tudo de novo na Itália. Peço desculpas por estar um tanto entusiasmada, mas sou uma grande fã!
(Daniela Jurado) Haha, assim você me deixa sem jeito.
(Juliana Meyer) Não, sério! Conheci você pela primeira vez em um dos nossos eventos internos All-Hands, onde você falou sobre o progresso conquistado na VTEX da Itália, e eu fiquei fascinada. Seu trabalho é realmente inspirador.
(Daniela Jurado) Fico muito feliz por ouvir isso.
(Juliana Meyer) Estamos dando spoilers sobre o resto do episódio. Vamos começar do começo. Conta para a gente um pouco mais sobre a sua trajetória até chegar aqui. Como você descreveria a sua carreira?
(Daniela Jurado) Se pudesse resumir em uma palavra, eu diria “agitada”. Passei por muitos divisores de águas nos quais precisei tomar decisões importantes e honrá-las até o final. Mas vamos começar pelo início. Sou colombiana e vim pela primeira vez ao Brasil para participar de um programa de intercâmbio na USP, e logo decidi ficar. Eu adorava meu trabalho, e também conheci meu marido em São Paulo.
E foi aí que o nosso co-CEO Mariano Gomide entrou em cena. Um amigo nos apresentou durante um congresso, e ele viu em mim algo que buscava para a VTEX. A princípio, recusei sua oferta, porque ele queria me enviar para a Colômbia e eu não pensava em voltar para lá, naquele momento. Mas ele tinha a certeza de que eu seria importante para o crescimento da empresa, então mantivemos contato por semanas, até que marcamos uma reunião para conversarmos pessoalmente outra vez.
Lembro como se fosse ontem: foi muito informal, em uma padaria em frente à VTEX, e ele insistiu em me contratar, embora não houvesse nenhuma vaga aberta para mim nos escritórios do Brasil naquele momento. O Mariano tinha uma visão tão clara do rumo da empresa, que para mim não importou que meu cargo ainda não estivesse totalmente definido. Eu teria a oportunidade de criar o meu próprio cargo.
(Juliana Meyer) Você diria que esse foi o primeiro tiro totalmente no escuro que você teve que dar?
(Daniela Jurado) Sem dúvidas, e acredito que também tenha sido o maior de todos. Recebi uma oferta de trabalho na Michael Page na mesma época, com uma descrição de cargo muito bem definida e uma progressão excelente e previsível em seus escalões, mas decidi apostar minhas fichas na VTEX. A liberdade de explorar os negócios à minha própria maneira me pareceu uma opção melhor na época, e até hoje penso assim Meu marido pensou que eu estava doida por decidir trabalhar para uma empresa na qual sequer sabiam o que eu faria, mas me deu todo seu apoio para ver aonde tudo isso poderia me levar. Por isso ele é meu marido, afinal de contas, é muito importante estarmos cercados por pessoas que nos dão apoio para tomar esse tipo de decisão.
(Juliana Meyer) Fico feliz em ouvir isso. Pelo que você compartilhou, essa aposta arriscada valeu muito a pena! Mas ainda estou curiosa para saber um pouco mais sobre como você passou de uma posição sem uma descrição de cargo específica para o papel fundamental que você desempenha na nossa frente europeia de operações. O que te ajudou a se manter no caminho certo?
(Daniela Jurado) Muita disciplina e foco naquilo que precisávamos para alcançar nossos objetivos. Em 2015, quando entrei na VTEX, ainda precisávamos fortalecer nosso alcance no mercado latino-americano, então decidi me dedicar a essa questão. Como precisávamos de partners qualificados, comecei a fazer novos contatos, pesquisar agências e criar nosso programa de certificação. Por quase dois anos, viajei por toda a América Latina – Argentina, Colômbia, México, e por aí vai – em busca de partners que correspondessem aos nossos padrões de excelência e de rápidos resultados, que falassem a mesma língua de criação de futuro a qual falamos.
Essa abordagem nos trouxe muito sucesso, o que levou Mariano a falar comigo novamente e me nomear Global Partner Head. Foi sob minha supervisão que esse tipo de parceria se tornou um padrão das conexões da VTEX com agências e clientes do mundo todo. Depois de aproximadamente um ano e meio nessa tarefa, eu estava pronta para encarar novos desafios, e decidi deixar a VTEX.
(Juliana Meyer) Que reviravolta! Sério? O que houve? Você está aqui agora, então…
(Daniela Jurado) Houve o Mariano, simples assim! Eu tinha acabado de contar à Nubia, uma das nossas diretoras à época, que ia sair da empresa para assumir um cargo mais alto no LinkedIn quando o telefone tocou. Ela atendeu e logo em seguida me passou o telefone e disse: “Diga a ele”, então eu contei a novidade ao Mariano. Ele pareceu surpreso, mas me desejou sorte, garantiu que as portas da VTEX permaneceriam abertas para mim e encerrou a ligação amistosamente. Cinco minutos depois ele me ligou de novo e disse: “Não, eu não aceito sua demissão. Venha até Portugal para conversarmos”.
Durante alguns dias até tentei dizer que isso não fazia sentido, que minha mudança de carreira era algo certo, que toda a papelada já estava pronta… Mas, no fim das contas, eu queria ouvir o que Mariano tinha a dizer, então viajei até Portugal e me encontrei com ele. Assim que sentamos na mesa do restaurante, ele pegou um guardanapo e uma caneta e começou a esboçar os próximos planos que tinha em mente para a VTEX. Depois, perguntou o que era preciso para que eu me visse como parte desses planos. E foi assim que me foi prometido ser Country Manager na Itália em um futuro próximo, depois que adquirisse algumas habilidades como diretora de vendas no Brasil, que seriam necessárias para o futuro cargo.
(Juliana Meyer) Uau! Esse guardanapo deveria ser guardado no museu de itens valiosos da VTEX. Foi realmente um salto de fé dos dois lados. Você recusou um cargo garantido em uma empresa gigante para continuar investindo na sua carreira na VTEX, e o Mariano acreditou no seu potencial para assumir tamanha responsabilidade. Fico encantada pela forma como sua trajetória na VTEX é repleta desses saltos e decisões corajosas.
(Daniela Jurado) Sem dúvida foi uma decisão importante, mas não acredito que tenha sido mais importante do que a primeira, quando entrei na empresa. O compromisso é a forma como conquisto tudo o que faço e, nesse segundo momento, já sabia o quanto a VTEX prezava por esses valores. Dar esse tipo de passo fica um pouco mais fácil quando você sabe que tem onde se apoiar. Tenho certeza de que sentiu a mesma coisa em algum momento da sua jornada aqui, estou certa?
(Juliana Meyer) Com certeza. Além da minha principal função como Tech Writer, há pouco tempo comecei a apresentar as nossas Demo Fridays, um ritual semanal que reúne cerca de 500 VTEXers ao vivo, a fim de alinhar a todos ao redor do mundo. Nesse evento, todos da empresa podem fazer apresentações para mostrar a estratégia da VTEX e o progresso coletivo rumo a uma VTEX ainda melhor. O simples fato de falar diante de tantas pessoas todas as semanas é, por si só, um grande desafio, quanto mais garantir que cada palavra dita seja relevante e que contribua para o futuro que estamos construindo. O evento está se transformando em algo cada vez mais refinado e estruturado do que era quando a VTEX era menor, portanto, isso também significa uma responsabilidade maior. É uma tarefa que poderia me sobrecarregar, mas o ambiente da VTEX faz com que a decisão de dar a cara a tapa seja apenas parte do meu processo de crescimento, sabe? “Seja audacioso, esse é o nosso lema. Além disso, tenho um propósito extremamente importante que me conecta à posição de apresentadora, pois ter mais vozes femininas que se sintam ouvidas na empresa é algo muito importante para mim, e é dessa forma que posso fazer a minha parte. A coragem é um esforço planejado, não é?
(Daniela Jurado) Exatamente. Se eu não acreditasse nisso, não teria conseguido começar como Country Manager na Itália com um mês de aviso prévio, pode ter certeza.
(Juliana Meyer) Só um mês? Como assim? Essa conversa não para de me surpreender.
(Daniela Jurado) Nossos planos iniciais me davam um pouco mais de um ano no Brasil para me preparar para a mudança, mas precisávamos começar a nos aproximar do mercado italiano seis meses antes. Assim, em dezembro de 2018 recebi a notícia de que precisaria me mudar para Milão em janeiro de 2019. Esse foi mais um dia em que fui para casa e mal sabia o que dizer ao meu marido, mas ele me deu todo o apoio para assumir esse cargo e para que pudéssemos encontrar uma maneira de fazer tudo funcionar.
E foi assim que me vi pulando de Airbnb em Airbnb por alguns meses – aliás, não tentem fazer nenhuma reserva em algum lugar decente em Milão durante a Fashion Week, podem esquecer – e, ao mesmo tempo, trabalhando em um espaço de coworking por um tempo. Naquela época, ainda não tínhamos um departamento de Growth Ops, então precisei fazer todo o trabalho de base mais uma vez: descobrir quem poderiam ser nossos clientes, nossos partner, nossa equipe; superar a barreira de comunicação e passar de falar um italiano a nível iniciante a fazer apresentações completas no idioma três meses depois; aprender a viver em uma cultura diferente, com hábitos comerciais diferentes.
No fim das contas, quando as coisas finalmente estavam começando a melhorar, a pandemia atingiu a Itália como uma bomba. Houve uma profunda retração do mercado e, de repente, a dificuldade de estabelecer a VTEX como empresa confiável no país ficou dez vezes maior. Isso exigiu um compromisso sério com nossos objetivos e resiliência para enxergar além quando nada parecia dar certo. Posso dizer, no entanto, que estava bastante satisfeita com os resultados alcançados quando entrei em minha licença-maternidade.
(Juliana Meyer) Ou seja, metade das coisas aconteceram enquanto você estava grávida.
(Daniela Jurado) Sim. Fui promovida a Western Europe Head of Sales em abril de 2020, duas semanas antes de dar à luz. Segundo Mariano, se a CEO do Yahoo conseguiu, então eu também conseguiria. E não posso tirar sua razão. Foi minha escolha trabalhar até às 19h00 no dia anterior à minha cesariana.
(Juliana Meyer) Vamos falar sobre seu cargo atual. Para você, o que é fundamental ao enfrentar os desafios que surgem com uma carreira em ascensão?
(Daniela Jurado) Toda vez que você se muda para um lugar novo, seja como um player em um mercado diferente ou como líder em escritório novo, uma das coisas que não pode faltar e que precisa ser construída zero é a confiança. Quando as pessoas não sabem o que você tem a oferecer, cabe a você mostrar a elas porque o seu trabalho é tão bom quanto as suas palavras. Criar esse reconhecimento leva tempo e esforço, é algo que se conquista e que não se pode tomar como garantido. As pessoas precisam saber que podem confiar em você para que qualquer conexão real possa ser estabelecida.
(Juliana Meyer) Entendo que você quer dizer. Trabalhei em uma startup no Panamá que impulsionava, através de ferramentas e capacitações em negócios, mulheres empreendedoras de todo o país, desde jovens recém-formadas com planos de startups até senhoras de idade que vendiam bolos na vizinhança. Essa experiência me ensinou muito sobre a importância da confiança e das redes de pessoas com quem se pode contar. Para mim, é impossível gerar grandes mudanças sem esse tipo de sistema de apoio e confiança.
(Daniela Jurado) Essa é uma experiência bastante interessante. Também me faz pensar no longo caminho que precisamos percorrer para mudar coisas que não deveriam mais existir, sabe? Como o machismo no ambiente de trabalho, e em todos os lugares, na realidade. Está mais do que na hora de normalizarmos a liderança feminina, para que possamos ver números iguais de homens e mulheres em cargos proeminentes, mas, às vezes, parece que ser mulher com uma carreira de sucesso ainda é algo revolucionário. É desanimador perceber que sou a única palestrante mulher em um evento de um dia inteiro, ou que nenhuma mulher tenha se candidatado a uma vaga de emprego tenha sido publicada.
(Juliana Meyer) Fico feliz por você ter trazido essa questão à tona. Acho que é muito importante conscientizar as pessoas sobre as desigualdades que as mulheres ainda enfrentam no setor. Minhas experiências prévias, além do meu tempo no Panamá, me fizeram sentir isso na pele… Temos que nos pronunciar quanto a essa questão. Mas, ao mesmo tempo, é muito irritante quando te perguntam pela milésima vez “como é ser uma mulher no setor de tecnologia?” ou coisas do tipo. Isso nos leva a um lugar onde isso é tudo o que podemos agregar em uma entrevista, ao invés de normalizar a liderança feminina forte e explorar nossas conquistas, competências e desafios. É por isso que estou gostando tanto da nossa conversa. Mas eu gostaria muito de saber sua opinião a respeito disso. Como você lida com as desigualdades de gênero no trabalho?
(Daniela Jurado) Acredito que, individualmente falando, o melhor que posso fazer é reconhecer o meu valor e deixar que meu trabalho fale por si. Certa vez, por exemplo, durante esses primeiros meses caóticos na Itália, eu estava trabalhando com um consultor para que pudéssemos contatar mais partners potenciais. Ele agendou uma reunião, mas eu lhe avisei que chegaria uns minutos atrasada devido a um compromisso. Ele quase estragou meu dia quando, ao me juntar a ele e a um conselho repleto de homens que seriam meus partners, me apresentou dizendo “Não disse que valeria a pena esperar por ela?”, uma clara referência à minha aparência física. Tive vontade de fazer muitas coisas naquele momento, mas mantive a calma e dei a eles a melhor, mais profissional e convincente apresentação possível. Minha vindicação veio quando um dos participantes disse, ao final da apresentação, que eu definitivamente era “uma parceira de negócios por quem valia a pena esperar”, com ênfase no meu desempenho profissional. Mais tarde, deixei claro ao consultor o motivo pelo qual eu não trabalharia com ele novamente.
(Juliana Meyer) Sinto muito por você ter passado por toda essa situação, mas fico feliz em saber que você conseguiu dar a volta por cima. Vamos voltar um pouco. Mais cedo você mencionou receber poucas candidaturas de mulheres às vagas de emprego, quando alguma. Você acha que é um problema do setor de tecnologia? Como podemos solucioná-lo?
(Daniela Jurado) Não sei se é algo que acontece unicamente no nosso setor. Existem muitas áreas dominadas pelos homens, mas essa é uma área em que posso ver isso com clareza. Fico pensando se as mulheres se sentem intimidadas pela certeza de que serão ultrapassadas em número pelos homens, se isso as desestimula. Nesse caso, faço um apelo às mulheres para que não tenham medo e se candidatem às posições que querem. Só conseguiremos equilibrar esses números se muitas de nós passarmos a ocupar o mesmo espaço que os homens ocupam, como iguais. Além disso, é claro, um sinal de verdadeira liderança quando uma empresa garante que seu ambiente de trabalho receba a todos os membros da equipe, independentemente do gênero ou de outra característica relativa à diversidade. A diversidade é fundamental para que uma empresa se mantenha autêntica.
(Juliana Meyer) Mudando um pouco de assunto, gostaria de saber de você qual futuro você vê para a VTEX na Europa Ocidental?
(Daniela Jurado) Neste momento, estamos focados em consolidar as nossas operações na Europa Ocidental. Temos uma presença ativa na Itália, Portugal, Espanha e Reino Unido, e precisamos expandir nossas equipes para atender à demanda crescente de nossos produtos nesses países. Encontrar, capacitar e certificar partners que partilham da mesma visão, que trabalham com foco no futuro, é também parte dessa abordagem. Depois disso, poderemos estender esse modelo a outros países da Europa, ou até mesmo a outro continente.
(Juliana Meyer) Perfeito, isso nos leva à última pergunta do dia. Já que estamos falando sobre a expansão das nossas equipes, gostaria de dar algum conselho para as pessoas que estão em busca de crescimento profissional?
(Daniela Jurado) Na minha opinião, escolher uma pessoa para fazer parte da nossa equipe resume-se sempre a uma questão de atitude. É claro que é importante investir em educação, conhecimento e habilidades, mas, no fim das contas, informação é algo que você pode aprender com outra pessoa. Ninguém, além de você mesmo, pode torná-lo disciplinado, resiliente, confiável ou disposto a ouvir. Todas essas qualidades são o resultado de um esforço pessoal seu de sua parte.