Por Guilherme Gatti
No Brasil e ao redor do mundo, o consumo digital já se tornou um hábito, principalmente depois da pandemia de Covid-19. De acordo com a Ebit Nielsen, em 2021, o e-commerce brasileiro cresceu 27% em relação a 2020, e, depois, em 2022, mais 2% em relação ao ano anterior*. A desaceleração é decorrente do fim definitivo do isolamento social e, consequentemente, da retomada do comércio presencial. Apesar disso, a relevância do e-commerce se mantém e a previsão é de que siga crescendo, mesmo que de maneira menos intensa.
Com isso, a palavra de ordem se tornou agilidade, muito por conta do imediatismo que ronda a sociedade atual e do aumento da demanda por parte dos consumidores para receberem seus pedidos com urgência. É cada vez mais comum vermos os varejistas on-line reduzirem seu tempo de entrega como um diferencial competitivo.
Porém, como o mercado de entregas rápidas chegou até aqui? Para responder, vou precisar voltar 50 anos no tempo, mais precisamente ao ano em que a FedEx iniciou as suas operações, em 1973. A empresa mudou a maneira como o mundo trabalhava e é responsável por definir a indústria de remessas urgentes e criar diversos métodos inteligentes de se fazer logística.
Para ser ágil e ter um fluxo que funciona é preciso organizar a operação. De nada adianta ser rápido, sem ter total controle. Portanto, precisávamos resolver um problema logístico muito comum: melhorar a forma de operar dos sistemas de transportes, que era muito imprevisível em relação às entregas das encomendas.
No passado, o gerenciamento de pacotes mal fazia parte dos negócios do dia a dia. Só era feito quando a equipe achou necessário. Isso significava que o destinatário poderia passar dias aguardando por sua encomenda e, às vezes, nem mesmo recebê-la. Para resolver esse problema, primeiro era preciso ter a capacidade de rastrear pacotes. E foi o que fizemos: criamos o primeiro sistema tecnológico para rastreamento de pacotes no mercado logístico, mudando completamente a forma do mundo operar.
Essa grande mudança certamente nos trouxe confiabilidade e agilidade, que passou a ser um de nossos diferenciais. O controle das mercadorias e, consequentemente, o melhor fluxo na operação, nos permitiu, em nossa primeira noite de entregas, em 17 de abril de 1973, movimentar 186 pacotes nos Estados Unidos. Hoje, fazemos cerca de 15 milhões de envios por dia em todo o mundo.
Com o passar dos anos e com a adoção da Internet, o nosso sistema nos ajudou a gerenciar cada vez melhor as cargas, resultando em entregas mais rápidas e clientes mais informados de seus pacotes e confiantes em relação ao nosso serviço. Em um mercado ávido por modernização, foi com os nossos insights que conseguimos mudar a vida de empresas e consumidores, e, principalmente, transformar completamente a maneira de a logística funcionar.
Hoje, existem consumidores que estão dispostos a pagar mais para receber sua encomenda mais rápido. Esse é um fator positivo para o segmento expresso, um mercado muito importante para a indústria de transporte e logística. Cada vez mais é possível oferecer a capacidade de atender aos clientes na velocidade em que eles precisam.
Sendo assim, a conclusão que chegamos é que, independentemente da época, a agilidade e organização são fatores-chave para empresas de quaisquer mercados prosperarem. Esses foram os grandes diferenciais que formaram e continuam formando a FedEx como a rede de transporte mais extensa do mundo, que gerencia as cadeias de suprimentos globais mais críticas e atende a mais de 220 países e territórios em todo o mundo.
Paralelo a isso, é preciso seguir acompanhando as novidades que surgem diariamente e que são fundamentais para nos manter nessa corrida infinita pela preferência do cliente.
*Guilherme Gatti é vice-presidente de Operações da FedEx no Brasil.
*https://dcomercio.com.br/publicacao/s/vendas-do-e-commerce-brasileiro-crescem-27-em-2021-diz-ebit