Por Bruno Tortorello*
A onda de digitalização acelerada com a pandemia elevou e consolidou o patamar de vendas do e-commerce, que segue em crescimento desde então, conforme mostram os dados do mercado. Segundo o mais recente relatório Webshoppers 47, da NIQ Ebit, o e-commerce ganhou impressionantes 36,7 milhões de novos e-shoppers entre 2019 e 2021, número este que, ao final de 2022, já alcançava 108,9 milhões de compradores no Brasil, 24% a mais do que no ano anterior. Esse aumento no número de e-shoppers teve efeito direto na receita de vendas, que chegou a R$ 258,5 bilhões em 2021, 29,8% a mais que o ano anterior, e a R$ 262,7 bilhões no ano passado, com aumento de 1,6% em relação a 2021.
Muito embora o cenário atual seja de estabilidade de compras, o e-commerce permanece batendo recordes e gerando muitos negócios e entregas para as transportadoras que atuam no setor. Nesta nova realidade, a logística eficiente passou a ser ainda mais estratégica e fundamental, pois interfere diretamente na experiência do consumidor e, consequentemente, no incremento das vendas do comércio eletrônico. Os operadores logísticos, então, investem principalmente em tecnologia e inovações para absorver essa alta demanda e para cumprir, com qualidade o papel de tornar tangível a experiência virtual de compra pela internet., levando os produtos às mãos dos consumidores.
Para fazer toda a engrenagem do e-commerce girar ainda mais rápido, e a encomenda chegar com mais agilidade, o mercado vem implantando sistemas tecnológicos cada vez mais eficientes, seguros e robustos. Especialmente para as transportadoras que atuam no last mile (última milha), que precisam de soluções 100% integradas com todas as etapas da própria operação e aquela dos clientes, em favor da experiência positiva do usuário, seja ele consumidor ou embarcador.
Neste sentido, o ponto inicial foi a adoção de plataformas atuais que realizam a integração logística, ou a troca de informações entre a transportadora e o embarcador, de forma prática e ágil, contribuindo no fim do dia com a satisfação do comprador que aguarda a entrega do produto adquirido. As plataformas de integração logística por troca de arquivos (EDI) ou plugins são alternativas mais usuais, permitindo de maneira aberta e simples que as soluções tecnológicas em nuvem como a da VTEX, que sustentam as lojas virtuais de diferentes tamanhos, interajam plenamente com o sistema do operador logístico parceiro.
Também são possíveis as integrações logísticas via API (Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicações), que promovem a interação dos sistemas dos embarcadores e dos operadores logísticos diretamente pela internet. Seja por meio de uma alternativa ou por outra, as plataformas de integração logística estão otimizando os processos e trazendo mais agilidade e governança para os players, com funções que permitem inclusive a cotação do frete, a checagem da situação da encomenda e a confirmação da entrega, além da possibilidade de gerar faturas e cobranças.
Além disso, as soluções tecnológicas e inovações atreladas aos sistemas, que ofertam tipos e opções de entregas, aprimorando a conveniência e a jornada do consumidor, também são fundamentais, agregando valor a todo esse ecossistema. Uma delas é a que informa o destinatário sobre o horário de entrega via SMS e e-mail, já no dia da entrega, com a janela de uma a duas horas de variação até a chegada efetiva da encomenda. A ferramenta, além de trazer previsibilidade e conveniência ao e-shopper, eleva o sucesso da primeira tentativa de entrega do delivery, o que representa mais eficiência e ajuda a elevar as vendas. Através deste tipo de serviço, o destinatário também pode reagendar a entrega ou mesmo transferir para outro endereço.
Outra inovação que colabora com as vendas e se apresenta como alternativa ao delivery são as soluções OOH (Out Of Home, ou fora de casa), por meio dos PUDOs (pontos Pick Up e Drop Off) e dos lockers. Elas viabilizam a retirada das encomendas do e-commerce em pontos comerciais parceiros em localizações estratégicas nas cidades brasileiras. São opções práticas e convenientes, que também reduzem significativamente o insucesso nas entregas e os custos logísticos para os embarcadores e os consumidores finais.
As soluções OOH são, em média, 20% mais baratas que a entrega domiciliar e permitem que o e-shopper escolha um destes estabelecimentos próximos de sua casa ou do local de trabalho para retirar a encomenda com segurança, praticidade e percorrendo curtas distâncias. Elas também podem ser usadas pelos vendedores de marketplaces, que depositam seus produtos a serem enviados aos compradores (ou seja, utilizam a função drop off), e o fazem ainda para a logística reversa de produtos devolvidos ou trocados.
Portanto, inovações tecnológicas combinadas com soluções alternativas de entregas atreladas a sistemas mais robustos e seguros fazem com que a logística e seus operadores sejam ainda mais estratégicos no e-commerce. Atuando dentro do ecossistema de vendas pela internet com mais assertividade e eficiência, os operadores colaboram com a experiência positiva do usuário que, satisfeito, tende a comprar cada vez mais via comércio eletrônico.
(*) Bruno Tortorello é CEO da Jadlog.