A indústria dos brinquedos infantis, com 79 anos de história no Brasil, como qualquer ramo industrial, submete-se e sente os efeitos das políticas dos governantes, das inovações tecnológicas, das mudanças no comportamento de consumo e, desta forma, recria-se a cada dia para continuar crescendo e alcançar a solidez.
No entanto, diferentemente de outros segmentos do comércio, ela sempre nadou contra a corrente, se destacou em muitos números e conseguiu evoluir a cada período mesmo com os preços cada vez mais elevados. A impressão que fica é que o valor dos produtos não impactam os pais na hora da escolha do presente para os seus filhos.
Mas o que os dados dizem sobre o mercado de brinquedos infantis?
No dia das crianças, pode-se imaginar e saber que o faturamento das lojas de brinquedos crescem de forma significativa. Segundo a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), o setor de brinquedos cresceu 10% em 2017, faturando 6,6 milhões, com a perspectiva e um crescimento ainda maior em 2018.
No mês de outubro, conhecido como o mês das crianças, ocorre o maior pico de de compra nesse setor, sendo as lojas mais procuradas: Ri Happy, PBKIDS, Lego, entre outras.
A ABRINQ realizou uma pesquisa que analisa a sazonalidade de procura e compra de produtos infantis e o crescimento dessa indústria. De 1991 até 2017, esse mercado cresce a cada mês seu faturamento e recai principalmente em janeiro, que se dá pelo alto gasto em dezembro por conta do natal – mês que ocupa o segundo lugar no ranking de vendas.
Como a experiência de compra nesse segmento está se modificando?
Quando ainda o e-commerce e o omnichannel não faziam parte da experiência de compra do consumidor, esse mercado já era promissor, já vendia o bastante para as indústrias, fazendo que com os investidores notassem que esse ramo era um grande caminho a se investir, criar e inovar.
Antes, as pessoas eram obrigadas a se dirigirem até a loja física, comprar seu produto e voltar para casa. No atual mercado; existem outros caminhos que podem ser trabalhados, assim, facilitando a jornada de compra do consumidor.
Hoje, o cliente além de não precisar mais sair de casa, pela comodidade de comprar pelo site e receber em poucos dias em sua residência, pode comprar pelo computador, retirar na loja ou receber por um ponto de retirada mais próximo. Desta forma, além de reduzir o preço do frete para consumidor e loja, a mercadoria chega até o comprador com muito mais rapidez.
O autoatendimento também é um dos cenários que caracterizam essa experiência de compra omnichannel. Por exemplo, ao chegar na loja hoje, não há mais a necessidade de o consumidor ser abordado pelo atendente/vendedora, salvo quando há alguma dúvida em relação a qual produto se compra ou com questões de um item presente na loja. Isso torna o papel do atendente/vendedor em algo mais consultivo.
Como isso ajuda os lojistas no dia das crianças?
Ao possuir o sistema de venda que possibilita o cliente realizar o autoatendimento, o lojista evita filas desnecessárias e uma maior rotatividade na loja, principalmente em datas em que a movimentação de pessoas é altíssima, como no próprio dia das crianças e em outras épocas sazonais, como natal, black friday, entre outras.
Além disso, a experiência gerada ao consumidor (pais e filhos) é diferenciada, fazendo com que, mais do que sobre o produto, os clientes saiam falando bem de como foi a sua experiência na loja.
Segundo Luiz Shiro, do Grupo Ri Happy, o qual existe há 30 anos, com as marcas Ri Happy e PBKIDS, a marca está no e-commerce desde 1997, sendo uma das pioneiras no mercado desse segmento, o diferencial é trazer a melhor experiência para o consumidor com o melhor atendimento e uma estrutura que consiste em encantar os clientes, que são as crianças. Um outro diferencial também é a demonstração de produtos para o público-alvo – o que tem muito a ver com o papel consultivo dos vendedores.
Hoje, o e-commerce vem ganhando muita representatividade e crescendo bem mais que a média do e-commerce brasileiro. O omnichannel já é uma realidade para esse ano. Hoje, já é possível comprar no site e trocar na loja física. No dia das crianças, as vendas são equivalentes ao natal, sendo em período menor. Com o omnichannel, tende a alavancar as vendas, principalmente nas datas de maior fluxo.
Luiz acredita que o ship from store pode ajudar, e muito, na rapidez de entrega e a aumentar as vendas nos meses de menor fluxo pela alta quantidade de lojas e sua distribuição pelo país.
Já de acordo Ivan Filho, diretor comercial da MP Brinquedos, que está no mercado há 50 anos e há 10 anos presente no e-commerce, e o segredo é ter o mix de produtos com o mínimo de ruptura, fazendo a melhor experiência para o consumidor com um atendimento diferenciando. Ivan afirma que estão sempre sendo antenados com as tecnologias, visando, então, o omnichannel com operações como pickup store e também opção de compra na loja e o recebimento do produto em casa. No dia das crianças, diz que as vendas dobram e no natal elas chegam a triplicar. Ele também afirma que, com o Omnichannel, pode-se ainda aumentar esse cenário.
Conclusão
Dois cenários que podem ser muito explorados são a compra na loja física e a chegada do produto na casa do cliente, e, invertendo o fluxo, compra-se no e-commerce e retira-se na loja física. Além desses, muitos outros o omnichannel pode proporcionar, como a entrega em casa a partir do produto na gôndola da loja, a entrega feita por parceiros, entre outras oportunidades que favorecem clientes e lojistas não só da indústria dos brinquedos, assim como diversos segmentos do mercado que apostam nesse tipo de integração.
A experiência omnichannel é responsável por unir o mundo físico com o online e traz diferentes possibilidades de compra. Com isso, os consumidores se tornam clientes da marca e não mais apenas das lojas, o que faz com que a jornada de compra seja diferenciada e também demasiadamente favorável para quem consome.