Varejistas brasileiros de moda podem aproveitar a visão positiva que o mundo tem sobre o País e desenvolver vendas cross border
O consumidor brasileiro faz uma parcela considerável de suas compras online em sites internacionais. De acordo com o relatório Webshoppers, em 2018 um total de 23,1 milhões de pessoas compraram em sites internacionais, gastando um total de US$ 2,1 bilhões (R$ 7,66 bilhões, considerando a cotação média de R$ 3,65 para o dólar no ano passado). Esse número equivale a quase 15% dos R$ 53,1 bilhões movimentados pelo e-commerce no Brasil.
Não é possível escapar dessa realidade: um estudo divulgado pela SBVC mostra que 59% dos consumidores estão comprando mais em sites e apps estrangeiros e 68% pretendem comprar mais no futuro. O cross border está aí e é um forte concorrente, especialmente no setor de moda, responsável por 36% dos pedidos internacionais de consumidores brasileiros em 2018.
O lado bom é que o e-commerce é um caminho de mão dupla: ao mesmo tempo em que sites americanos e chineses ganham acesso ao mercado brasileiro, é possível fazer o caminho oposto e alcançar os 1,4 bilhão de chineses, 327 milhões de americanos e 512 milhões de residentes na União Europeia (hoje os mercados globais mais importantes). Em vez de competir por 200 milhões de brasileiros, ser visível a 2,4 bilhões de pessoas não é uma má ideia.
Os desafios de vender cross border
Receita em dólar, possibilidade de cobrar mais por um produto semelhante ao vendido no Brasil (já que no exterior um produto nacional é raro), oportunidade de alcançar um mercado consumidor muito mais amplo e a capacidade de aumentar as vendas. Existem muitas razões para investir em vendas internacionais. Ao mesmo tempo, é preciso tomar cuidado com uma série de aspectos:
Logística de entrega
Uma logística bem montada representa meio caminho andado. O principal empecilho para um volume de vendas ainda maior de sites estrangeiros no Brasil é, justamente, a demora na entrega. Ao vender para fora do País, essa é uma questão que precisa ser levada muito a sério. Embora esteja disposto a esperar alguns dias para receber um produto brasileiro, que dificilmente pode ser encontrado nas redondezas, o americano ou o europeu são muito menos tolerantes a falhas. Você não tem uma segunda chance de causar uma boa primeira impressão.
Logística reversa
Especialmente no varejo de moda, esse é um ponto nevrálgico. Contar com parceiros locais ajuda a dar uma destinação para possíveis trocas ou devoluções, mas também é possível atender diretamente do Brasil. O mais importante é ter um processo muito bem definido e estudar se vale mais a pena simplesmente enviar outro produto para o cliente. Nesse ponto, uma maior margem dos produtos em dólar (sobre eles não incide grande parte dos impostos nacionais) ajuda bastante.
Venda a “marca Brasil”
No e-commerce cross border de moda, os varejistas brasileiros têm uma grande vantagem: a imagem do Brasil, normalmente associada a calor, verão, saúde, diversão e descontração. É possível premiunizar sua oferta de produtos abraçando os valores tupiniquins e oferecendo produtos que não podem ser encontrados facilmente no exterior. Seja pelo caimento, pelas cores ou pelo estilo, a moda brasileira tem espaço lá fora e é possível aproveitar essa oportunidade.
Seu site precisa ser global
Para lidar com os desafios de um e-commerce global, você precisa contar com uma plataforma online que consiga lidar com medidas, moedas e idiomas diferentes. Ser multi-idioma e multimoedas é uma condição essencial para conseguir escalar rapidamente suas operações em escala global, sem precisar desenvolver novamente sua plataforma de e-commerce. Além disso, a plataforma VTEX tem integração nativa com diversos marketplaces, incluindo a Amazon, o que facilita a construção de uma operação de escala mundial.
Quanto antes sua operação de moda se tornar global, maiores são as possibilidades de aproveitar os benefícios da imagem positiva que o Brasil possui no exterior e iniciar sua internacionalização sem os custos e a complexidade de abrir lojas em outros países.